
Entre aqueles de menor renda que participaram da mais recente edição do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), em 2022, apenas 3% demonstraram ter esse conhecimento básico.
Prova internacional avalia estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências. Já no grupo dos mais ricos, a taxa é bem mais alta, apesar de também ser insatisfatória: 33%.
Os números gerais do Pisa, divulgados em dezembro de 2023 pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), ainda não consideravam os aspectos de renda, mas já mostravam que 7 em cada 10 alunos brasileiros não sabiam converter moedas ou comparar distâncias. “Não dá para dizer que as escolas mais ricas estejam tendo resultados excepcionais. Mas esses dados mostram que o nível socioeconômico continua muito determinante para a aprendizagem dos alunos no país. A educação deveria ser justamente uma ferramenta para diminuir essa desigualdade”, afirma Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da ONG Todos Pela Educação.
“No mundo, em poucos casos, essa diferença social diminuiu [nos últimos anos]. Isso significa que algo está falhando nos sistemas educativos”, afirma Tiago Caliço, analista da OCDE.
Quando os primeiros dados do Pisa 2022 foram divulgados, em dezembro do ano passado, ficou claro que o Brasil estava estagnado – as notas variaram pouquíssimo em dez anos.
Nem mesmo a pandemia provocou mudanças no desempenho. Levantou-se, então, uma hipótese: será que o nível de qualidade das escolas é tão baixo que tanto faz se elas estiverem abertas ou fechadas (como no período da Covid)? A atenção da classe política para a qualidade da Educação é mínima. Um funcionário de gabinete de qualquer deputado, na sua maioria ganham mais que um professor que se dedica com afinco ao ensino e que faz pós em especializações. E o pior! Cada deputado, tanto estadual ou federal tem umas cotas de funcionários extremamente elevadas, daí vai o dinheiro que poderia ser melhorado o nosso ensino.